Aproveitando o facto (deixemos as alterações linguísticas para mais tarde) do início da época balnear venho aqui apelar a uma renovação do oxigénio deste blog (para mim própria falo, atenção!).
Este é, sem dúvida o espaço de convívio de um grupo de cetáceos e outros bichos do mar que têm bastante em comum. Nem sempre nos podemos reunir como se de um cardume de peixes se tratasse como noutros tempos já aconteceu, tanto devido às correntes, às intempéries marítimas, alargamentos familiares, etc. Os motivos são vários. Mas não podemos sucumbir às adversidades.
Devemos continuar a nadar por estas águas amigáveis e partilhar o conhecimento adquirido por outros mares. As baleias estão em vias de extinção. Salvem as baleias!!!
Associar a cultura à história e à economia parece ser uma ideia inovadora para dar uma nova utilidade às pedreiras que povoam a paisagem alentejana da Zona dos Mármores. Transformar feridas abertas, empedernidas e torná-las em ambientes agradáveis, onde seja possível ouvirem-se acordes musicais e vivenciarem-se experiências únicas da modernidade. Foi tudo isto que o professor jubilado da Universidade de Évora, Laureano Carreira, encenador e libretista, pensou e propôs à empresa de extracção de mármores Solubema, sedeada no concelho de Vila Viçosa. Com a imediata receptividade dos proprietários da pedreira, o processo iniciou-se com a realização de um projecto coordenado pelos arquitectos Pedro Matos Gameiro e Marta Sequeira, desenvolvido no âmbito do Departamento de Arquitectura da Universidade de Évora. A ideia é criar na pedreira da Sé ou do Cabido, junto à estrada Bencatel - Vila Viçosa, um teatro ao ar livre, de modo a albergar um festival de ópera promovido pela academia alentejana. “O efeito devastador no território, que muito nos impressiona, é compensado pela possibilidade de utilização destes novos espaços, cuja natureza nos é estranha e cuja escala nos esmaga. São espaços magníficos e grandiosos, originando estruturas espaciais especialmente vocacionadas para acontecimentos cénicos”, afirmou o arquitecto Pedro Gameiro. Contudo, para que este projecto seja concretizado, há muito trabalho a fazer, desde a remoção das pedras e dos desperdícios existentes, passando pelo lapidar de algumas pedras com vista a obter-se o espaço de anfiteatro que se pretende, para além de criar todas as condições de acessibilidade para “a sala de espectáculos”. No entanto, e de acordo com Óscar Frazão e Vasco Barros, administradores da empresa Solubema, toda esta logística “será assegurada por nós, o que se revela já um grande apoio em termos de investimento e de financiamento, pois se temos os meios e a mão-de-obra porque não devemos colaborar?”, questionam. A nível mundial, não existe nada igual. “Este será um espaço único, quer em termos de profundidade, quer em termos de valorização da pedreira, usando todo o manancial que ela apresenta e que é, por si já, um anfiteatro a céu aberto, e que nos assalta o olhar quando a ela chegamos”, afirma a arquitecta Marta Sequeira. No que respeita ao projecto em si, o principal mote da intervenção é o do percurso, que leva o público da cota de chegada (topo da cratera) à cota da plateia (ponto mais baixo da cratera), descendo cerca de 50 metros, num complexo sistema de bancadas, no que se pretende um verdadeiro percurso arquitectónico. “Na constituição desta promenade sublinham-se as possibilidades criadas pela exploração da pedra, através do corte dos enormes blocos que revelam superfícies de infindável espessura – numa operação predominantemente estereotómica, a que apenas se acrescentam alguns elementos excepcionais, que marcam três momentos: chegada (bilheteira e lojas), zona de pausa (bar e esplanada) e área de espectáculo (plateia e palco)”, explicitaram os arquitectos. Olhando para as maquetas percebe-se que a entrada é feita através de um longo muro que conduz a uma escada desenhada numa espécie de poço iniciático e que liga a cota superior e a intermédia. Nesta cota vislumbra-se pela primeira vez o que anteriormente se tinha velado – o grande leito da pedreira e, percorrendo uma galeria resultante do corte de uma das bancadas, acede-se ao bar, cuja configuração permite descobrir o grande lago no interior da pedreira. Uma escada, formada por um conjunto de lanços que se desenvolvem num sulco que é agora talhado na pedra, leva-nos à cota inferior, onde são colocados uma plateia e um palco, finalizando-se assim o percurso. Este último conjunto está então disposto sobre um novo plano de água e contra as enormes paredes originais que se levantam a 50m de altura ampliando, com a sua massa, a potência da voz, projectada por uma acústica existente e previamente identificada. Na opinião dos arquitectos, se as obras começassem hoje, levariam cerca de um ano e meio, apontando 2012 a inauguração deste espaço cultural. No entanto, inerente a qualquer projecto estão questões financeiras e essas estão a ser ponderadas, sabendo-se que a Câmara Municipal de Vila Viçosa já valorizou todo o projecto. O presidente, Luís Caldeirinha Roma, afirmou que este “é um projecto marcado por uma transversalidade singular, que abarca áreas como a cultura, indústria, gastronomia e comércio, numa terra com um valiosíssimo potencial turístico”. Esta pedreira encontra-se a sudoeste de Vila Viçosa, junto ao relevo mais importante da região, a Serra D´Ossa. O território onde se localiza corresponde à faixa denominada Anticlinal de Estremoz, onde se encontra a maior jazida de mármores continental, tornando a zona naquela que, em Portugal, apresenta uma maior intensidade de exploração mineira. Em resultado destas características, a original topografia da zona foi sendo alterada ao longo dos anos através de enormes crateras criadas pela incessante procura de pedra. São feridas violentamente abertas que contrastam, com especial evidência, com a paisagem envolvente e que este projecto de valorização cultural pretende inverter. »» Jorge Manuel Pereira
People for the Ethical Treatment of Animals attracted a lot of attention with this billboard, though most of it was negative. So much so that soon after it went up, it came down and was replaced with “GONE: Just like all the pounds lost by people who go vegetarian.” Photo courtesy of PETA.
Aqui vai uma do recentemente falecido Saramago, curiosamente, ou não, era um dos corajosos.
«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago – Cadernos de Lanzarote - Diário III – pag. 148
Na ressaca do Avante (ou antes dela) deparei-me com uma crónica do jornal Expresso chamada Aparelho de estado que vou ter que partilhar:
"A Festa do Avante "
Encontros imediatos do terceiro grau
"Vejo a Festa do Avante na televisão e não deixo de me comover com a quantidade de gente que, vivendo em Portugal, preferiria viver em Cuba, ou na China, ou no Vietname, ou no Laos, ou na não sei mesmo se não será uma democracia Coreia do Norte. Aquilo é coragem, da boa, tal e qual o domador que mete a cabeça dentro da boca do leão. Aplaudamos."
E a resposta com que muito me identifico (se bem que tamanha ignorância nem a merecia) créditos a JBCRosa:
"Sim, preferia viver em Cuba, apesar do embargo capitalista. Não, não preferia viver na China, com o seu híbrido esquisito de comuno-capitalismo. Se preferia viver no Vietname? Antes ou depois dos americanos e da sua fobia terem dado cabo daquilo numa guerra que, aliás, perderam.
Não preferia viver na Coreia do Norte pelo simples facto de que não vejo um pingo que seja de marxismo-leninismo lá.
Sim, é coragem. É a coragem de um povo e de uma classe trabalhadora que sabe dizer não ao roubo e à ameaça dos seus direitos. É um povo que não quer mais que a felicidade. É um povo que luta todos os dias por um mundo melhor. Enfim, é o povo comunista português que, quando o senhor se der ao trabalho de conhecer sem lançar essas diarreias verbais e clichés indignos de um jornalista ou de um cronista, vai ver que é muito mais do que Cuba, Laos, Vietname ou URSS.
Até lá, enquanto não se dignar vosselência a conhecer o comunismo no geral, e o PCP em particular, escusa de arrotar essas coisas a que chama textos e de responder a estas linhas."
No seguimento do post da baleia Adelie, aqui fica uma foto que povoa os jornais de todo o mundo no dia de hoje. Nem de propósito. A foto, juntamente com outras do mesmo teor, foi colocada por uma soldado isrealita no facebook. Mostra a defensora do estado de Israel a posar com um grupo de prisioneiros palestinianos. Para além do titulo do post original da Adelie (já de si elucidativo)aqui fica uma citação de José Saramago "Os israelitas não aprenderam NADA com o sofrimento dos pais e avós, absolutamente NADA!".
"Um dos grandes problemas da nossa sociedade é o trauma da morada. Por exemplo, há uns anos, um grande amigo meu, que morava em Sete Rios, comprou um andar em Carnaxide. Fica pertíssimo de Lisboa, é agradável, tem árvores e cafés. Só tinha um problema. Era em Carnaxide. Nunca mais ninguém o viu. Para quem vive em Lisboa, tinha emigrado para a Mauritânia!
Acontece o mesmo com todos os sítios acabados em -ide, como Carnide e Moscavide. Rimam com Tide e com Pide e as pessoas não lhes ligam pevide.
Um palácio com sessenta quartos em Carnide é sempre mais traumático do que umas águas-furtadas em Cascais. É a injustiça do endereço.
Está-se numa festa e as pessoas perguntam, por boa educação ou por curiosidade, onde é que vivemos. O tamanho e a arquitectura da casa não interessam. Mas morre imediatamente quem disser que mora em Massamá, Brandoa, Cumeada, Agualva-Cacém, Abuxarda, Alformelos, Murtosa, Angeja. ou em qualquer outro sítio que soe à toponímia de Angola. Para não falar na Cova da Piedade, na Coina, no Fogueteiro e na Cruz de Pau. (...)
Ao ler os nomes de alguns sítios - Penedo, Magoito, Porrais, Venda das Raparigas, compreende-se porque é que Portugal não está preparado para entrar na Europa. De facto, com sítios chamados Finca Joelhos (concelho de Avis) e Deixa o Resto (Santiago do Cacém), como é que a Europa nos vai querer integrar?
Compreende-se logo que o trauma de viver na Damaia ou na Reboleira não é nada comparado com certos nomes portugueses. Imagine-se o impacto de dizer "Eu sou da Margalha" (Gavião) no meio de um jantar.
Veja-se a cena num chá dançante em que um rapaz pergunta delicadamente "E a menina de onde é?", e a menina diz: "Eu sou da Fonte da Rata"
(Espinho).
E suponhamos que, para aliviar, o senhor prossiga, perguntando "E onde mora, presentemente?", Só para ouvir dizer que a senhora habita na Herdade da Chouriça (Estremoz).
É terrível. O que não será o choque psicológico da criança que acorda, logo depois do parto, para verificar que acaba de nascer na localidade de Vergão Fundeiro?
Vergão Fundeiro, que fica no concelho de Proença-a-Nova, parece o nome de uma versão transmontana do Garganta Funda.
Aliás, que se pode dizer de um país que conta não com uma Vergadela (em Braga), mas com duas, contando com a Vergadela de Santo Tirso ?
Será ou não exagerado relatar a existência, no concelho de Arouca, de uma Vergadelas?
É evidente, na nossa cultura, que existe o trauma da "terra".
Ninguém é do Porto ou de Lisboa. Toda a gente é de outra terra qualquer. Geralmente, como veremos, a nossa terra tem um nome profundamente embaraçante, daqueles que fazem apetecer mentir. Qualquer bilhete de identidade fica comprometido pela indicação de naturalidade que reze Fonte do Bebe e Vai-te (Oliveira do Bairro).
É absolutamente impossível explicar este acidente da natureza a amigos estrangeiros ("I am from the Fountain of Drink and Go Away...").
Apresente-se no aeroporto com o cartão de desembarque a denunciá-lo como sendo originário de Filha Boa.
Verá que não é bem atendido. (...) Não há limites. Há até um lugar chamado Cabrão, no concelho de Ponte de Lima !!!
Urge proceder à renomeação de todos estes apeadeiros. Há que dar-lhes nomes civilizados e europeus, ou então parecidos com os nomes dos restaurantes giraços, tipo : Não Sei, A Mousse é Caseira, Vai Mais um Rissol. (...)
Também deve ser difícil arranjar outro país onde se possa fazer um percurso que vá da Fome Aguda à Carne Assada (Sintra) passando pelo Corte Pão e Água (Mértola), sem passar por Poriço (Vila Verde), e acabando a comprar rebuçados em Bombom do Bogadouro (Amarante), depois de ter parado para fazer um chichi em Alçaperna (Lousã).
Israel quer deportar 400 crianças filhas de imigrantes O ministro israelita do Interior, o ultra-ortodoxo Eli Yishai, não se mostrou nada inclinado a ouvir o apelo da mulher do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que não deporte 400 crianças, filhas de trabalhadores imigrantes.
“Como psicóloga e mãe de duas crianças, imploro-lhe que use a sua autoridade para permitir que a maior parte das 400 crianças fique em Israel”, escreveu Sara Netanyahu ao ministro Yishai, do partido religioso Shas, que detém quatro pastas na actual coligação governamental.
Ele, porém, que considera os trabalhadores imigrantes não-judeus um perigo para “o empreendimento sionista” que defende. Por isso, limitou-se a responder que condescende em receber quinta-feira a esposa do primeiro-ministro, mas que de modo algum irá alterar a sua política. E que, aliás, nem sequer poderia anular uma ordem de deportação aprovada pelo Conselho de Ministros.
Ao debater há duas semanas o estatuto de cerca de 1200 crianças filhas de imigrantes, o Governo de Israel decidiu-se por um compomisso. Os que já vivessem no país há mais de cinco anos, falassem hebraico e andassem na escola poderiam ficar. Por este critério, 800 crianças têm a hipótese de permanecer, enquanto 400 terão de ser deportadas, com os pais, dentro de algumas semanas.
Os partidários de tal decisão afirmaram que Israel não tinha outra hipótese senão a de travar o fluxo de imigrantes, milhares dos quais entram ilegalmente no país pela fronteira com o Egipto. Os críticos, incluindo milhares que se manifestaram sábado em Telavive, argumentam que é imoral um país dedicado a constituir um refúgio para os judeus fugidos a perseguições expulsar agora crianças que nunca conheceram outra pátria.
As estatísticas oficiais colocam o número de imigrantes em cerca de 200.000. Na sua maior parte, são oriundos da África, da China e das Filipinas e metade está com vistos que já expiraram. No Estado de Israel vivem cerca de 7,5 milhões de pessoas, 75 por cento das quais são judeus.
Ao opor-se a esta decisão e ao alerta contra um pesadelo de relações públicas, o ministro da Indústria, do Comércio e do Trabalho, Binyamin Fuad Ben-Eliezer, nascido em Bassorá, no Sul do Iraque, contra-atacou: “Este já não é o Estado judaico que eu conheço!”.
"This short, an Oscar winner, is an exceptionally detailed effort that can be a bit unsettling at first (particularly for anyone who has problems with depth-perception), but is a fascinatingly drawn and meticulously constructed animation and is a must-see if you like animation. Fortunately, it is currently in-print. Most highly recommended."